Antes da realização de uma inseminação intrauterina (IIU) ou de uma FIV (fertilização in vitro), é necessário selecionar os melhores espermatozoides através de técnicas de preparo seminal. Os espermatozoides são produzidos no interior dos testículos, posteriormente sendo incorporados ao fluido seminal produzido pelas vesículas seminais e pela próstata para formar o sêmen ejaculado.
As técnicas de preparo seminal possibilitam melhorar o rendimento dos espermatozoides, selecionando, dessa forma, os mais saudáveis e, ao mesmo tempo, eliminando os que que possuem menor qualidade. O procedimento inicia com a coleta do sêmen, (realizado na Clínica Procriar), por masturbação, em recipientes adequados para evitar contaminação do ejaculado. Se necessário uma segunda coleta pode ser realizada cerca de 1 hora após a primeira. Inicialmente realiza-se uma análise macroscópica e microscópica, verificando principalmente a contagem espermática, vitalidade, motilidade e morfologia dos espermatozoides. A partir dos resultados apontados pela análise, é definida a técnica mais adequada para o preparo seminal. As técnicas mais utilizadas são a lavagem simples, a migração ascendente (swim-up) e o gradiente descontínuo de densidade.
Lavagem simples
Quando os espermatozoides presentes no ejaculado são de maior qualidade, a técnica utilizada é a lavagem simples. Como o nome indica, é um procedimento básico, que prevê a centrifugação das amostras, duas vezes, em um meio de cultivo celular, selecionando, dessa forma, os espermatozoides com maior motilidade.
Migração ascendente ou swim-up
Na migração ascendente, a morfologia e motilidade dos espermatozoides deve estar dentro de padrões considerados normais, pois a técnica se baseia na capacidade do espermatozoide nadar, a partir de um deposito localizado no fundo de um tubo de ensaio (onde o ejaculado foi centrifugado), para o meio de cultivo celular, localizado na porção mais alta deste mesmo tubo de ensaio (topo): com a força de centrifugação, os espermatozoides de melhor qualidade se desprendem, nadam para a superfície e ficam localizados no meio de cultivo.
Gradiente descontínuo de densidade
O gradiente descontínuo normalmente é indicado quando o ejaculado contém espermatozoides com parâmetros diminuídos de concentração (contagem de espermatozoides por mililitro de ejaculado), motilidade ou morfologia. A técnica prevê a aplicação de uma força centrífuga nos espermatozoides para que eles vençam gradientes de densidades diferentes, contidos no meio de cultivo celular.
Num tubo de ensaio é colocado 3 colunas de meio de cultivo celular, cada uma delas com gradiente de densidade diferente. Uma fração do ejaculado é posicionada no topo destas 3 camadas de meio de cultivo. Durante a centrifugação, os espermatozoides são forçados a atravessar estas 3 diferentes camadas de meio de cultivo. Os espermatozoides com melhor morfologia e motilidade, de maior densidade, atravessam as 3 camadas e formam um sedimento no fundo do tubo de ensaio, enquanto os espermatozoides anormais ficam retidos nas camada superiores. Esta técnica é frequentemente usada na Fertilização in Vitro, quando existem alterações nos espermogramas prévios.