O primeiro passo antes de se iniciar um ciclo de FIV, é realizar uma avaliação individualizada da paciente, para poder escolher o melhor tratamento, assim como ter uma ideia de como será a resposta aos medicamentos.
Alguns exames, realizados antes de iniciar o ciclo, como Hormônio Anti-Mulleriano ( AMH) e FSH, nos permitem avaliar se a reserva ovariana do paciente está adequada para a sua idade. Porém, mesmo com todos os exames e protocolo montado, algumas pacientes não respondem adequadamente ao tratamento e como isto, ficam sem a possibilidade de transferir um embrião. Estas pacientes são chamadas de má respondedora. Estima-se que hoje, entre 9% e 24% das pacientes em ciclos de FIV vão apresentar uma má resposta ao tratamento, mesmo com todos os exames definidos.
O diagnóstico de “má-resposta” é realizado após um ciclo de FIV com crescimento de um menor número de folículos durante o estímulo ovariano ou menor quantidade de óvulos coletados. Geralmente como regra, uma coleta com 3 ou menos oócitos pode ser classificada como má resposta.
Esta situação acaba gerando uma grande frustação ao casal, principalmente quando isto é inesperado, visto que o casal pode ficar sem nenhum embrião para transferir.
A principal razão para uma má resposta ovariana ao estímulo hormonal deve-se à presença de um reduzido número de folículos, ou seja, uma reserva ovariana diminuída, o que ocorre, na maioria dos casos, devido à idade avançada, porém existem outros fatores importantes ligados ao estilo de vida e fatores genéticos, que pode influenciar na resposta ovariana, ou seja, paciente com excelente reserva ovariana, idade abaixo de 35 anos, exames normais, que não respondem ao tratamento proposto.
Como outros fatores podemos citar a obesidade, a endometriose, cirurgia prévia no ovário, alterações genéticas em receptores do FSH, chamadas de polimorfismo dos receptores do FSH (mesmo fornecendo a medicação, o ovário não responde), quimioterapia prévia, além de outras patologias.
Abaixo um gráfico com a taxa de cancelamento por má resposta, de acordo com a idade do paciente.
Para tentar minimizar o impacto em um segundo ciclo de FIV, pesquisadores criaram um sistema chamado POSEIDON (Patient-Oriented Strategies Encompassing IndividualizeD Oocyte Number ), com a finalidade de classificar os pacientes em 4 grupos ( de 1 à 4), de acordo com a idade, AMH, Contagem de folículo antral e reposta ao ciclo anterior. Com isto em mente, desenvolveram uma estratégia direcionada para cada grupo, tornando assim, mais previsível qual a resposta esperada para determinada paciente, bem qual a abordagem. Pacientes com má resposta continuam sendo um desafio para médicos, laboratórios de embriologia e toda a equipe multidisciplinar envolvida no processo de FIV, além de afetar fisicamente, emocionalmente e financeiramente o casal.
Converse com seu médico para definir qual a melhor estratégia para seu caso.