Falar resolve.. ajuda.. alivia…
Quando a dificuldade aparece junto a ela sentimentos surgirão, medos, angústias, questionamentos, frustração. Não há como viver a infertilidade, a dificuldade em engravidar sem nada sentir, despertam-se muitas emoções. São duas pessoas envolvidas nesta situação e é comum que se fale pouco a respeito, ou que o casal não consiga se expressar da melhor maneira sobre como está vivendo esta dificuldade.
Costumo dizer que a dificuldade é para ambos e juntos, de mãos dadas podem enfrentar a situação, e a melhor forma é falar a respeito, falar sobre como se sentem, que medos possuem, o que tem lhes passado em mente e procurar juntos a solução para a dificuldade.
É muito comum durante os tratamentos de reprodução assistida, e muitas vezes até mesmo antes disso, que um dos parceiros fale menos a respeito, segurando um pouco a sua ansiedade em prol do outro, pensando que esta é a melhor maneira de auxiliar no processo, já que há muitas sensações despertadas. Isso, muitas vezes, pode gerar desconfortos, pois pode passar uma falsa sensação de que não existe um desejo em falar sobre, ou que não exista uma preocupação sobre como o tratamento vem afetando a vida de ambos, então é importante falar sim, sobre tudo, sem medo, com docilidade, colocar-se presente nas falas e no tratamento. Ambos sentem de formas diferentes e é importante que estas sensações possam ser mencionadas e trocadas; ao conversar, o casal pode se ajudar. A troca favorece sempre, a identificação, o acolhimento, o sentir-se normal diante da situação.
O assunto muitas vezes é visto com dificuldade porque mexe com o sentimento de sentir-se ou não capaz, faz com que a frustração venha com força e trazer isto à tona é falar do que há de íntimo, é trazer questões que muitas vezes mexem profundamente com o indivíduo, e nem sempre o indivíduo está pronto para falar a respeito de suas dores, mas, com doçura, cuidado e apoio é possível auxiliar o outro a expressar o que sente.
Mesmo que não sintam da mesma forma, não há problema, o apoio, a troca, o estar ao lado do outro são fundamentais para vivenciar esta dificuldade.