A fertilização in vitro (FIV) é um dos tratamentos mais eficazes da reprodução assistida, mas também é um processo que exige atenção, cuidados específicos e equilíbrio emocional. Entre as dúvidas mais comuns dos casais está a vida sexual durante o tratamento: afinal, é permitido ter relações? Existem riscos?
A resposta depende da fase em que o casal está dentro do ciclo da FIV. Manter a intimidade é importante, mas é essencial compreender quando o contato sexual é seguro e quando pode interferir no resultado do tratamento.
Neste artigo, vamos explicar de forma clara e acolhedora como conciliar a vida sexual com a FIV, quais cuidados tomar e como lidar com o impacto emocional desse período.
Por que o tema é importante?
Durante o tratamento de fertilidade, muitos casais vivenciam mudanças na rotina, no corpo e nas emoções. A vida sexual, que normalmente é espontânea e natural, pode se tornar mais planejada ou restrita, gerando dúvidas, insegurança e até desconforto emocional.
É fundamental que o casal compreenda que essas alterações são temporárias e normais, e que não significam perda de conexão, mas uma fase de cuidado e foco no objetivo principal: a gestação saudável.
Fases da FIV e orientações sobre a vida sexual
O ciclo da fertilização in vitro é dividido em etapas específicas. Cada uma delas tem indicações diferentes em relação à vida sexual.
1. Antes da estimulação ovariana
Nesta fase inicial, em que o casal ainda está realizando exames e planejando o tratamento, não há restrições específicas para a vida sexual, desde que não existam condições médicas que justifiquem recomendações contrárias (como cistos, infecções ou dor pélvica).
É um bom momento para manter a intimidade e o vínculo emocional, já que o casal ainda não está sob influência dos hormônios ou da rotina intensa de consultas.
2. Durante a estimulação ovariana
Nesta etapa, a mulher passa a utilizar medicamentos hormonais para estimular os ovários a produzirem múltiplos folículos. Com isso, os ovários aumentam de tamanho e tornam-se mais sensíveis.
- O que é recomendado: Alguns médicos permitem relações sexuais leves e cuidadosas no início da estimulação, desde que não haja desconforto ou dor.
- O que deve ser evitado: Nos dias próximos à punção dos óvulos, o contato sexual geralmente é suspenso, pois há risco de dor, desconforto abdominal e até torção ovariana — uma complicação rara, mas potencialmente grave.
Portanto, o ideal é seguir as orientações da equipe médica e respeitar os sinais do corpo.
3. Após a punção dos óvulos
Após a coleta dos óvulos, é necessário evitar relações sexuais por alguns dias. Isso porque o procedimento pode causar leve inflamação ou sensibilidade pélvica, além de risco de infecção.
O intervalo sem relações costuma durar entre 3 a 7 dias, variando conforme a recuperação da paciente e as recomendações médicas.
4. Após a transferência embrionária
Este é o momento que mais gera dúvidas e ansiedade. Após a transferência do embrião para o útero, é comum que os médicos recomendem evitar relações sexuais até o teste de gravidez (que ocorre cerca de 10 a 14 dias depois).
A principal razão é prevenir contrações uterinas que podem ocorrer durante o orgasmo e que, embora raramente causem prejuízos, podem gerar desconforto e insegurança. Além disso, o corpo ainda está sob efeito dos hormônios e precisa de tranquilidade para o processo de implantação do embrião.
Após a confirmação da gestação e com autorização médica, a vida sexual pode ser retomada gradualmente e com segurança.

E quanto ao homem durante o tratamento?
Nos ciclos em que o sêmen será coletado para fertilização, o homem deve seguir orientações específicas de abstinência, normalmente de 2 a 5 dias antes da coleta.
Essa pausa ajuda a garantir melhor qualidade e concentração dos espermatozoides. Fora desse período, a vida sexual masculina pode seguir normalmente, respeitando apenas o momento da coleta e eventuais indicações médicas.
O lado emocional da vida sexual durante a FIV
Além das orientações técnicas, é essencial falar sobre o impacto emocional dessa fase.
O tratamento de fertilidade pode alterar o desejo sexual, principalmente por causa de fatores como:
- Uso de hormônios;
- Tensão com exames e resultados;
- Ansiedade pela chegada do positivo;
- Cansaço físico e emocional.
Essas mudanças são comuns e temporárias. O casal não deve se culpar por sentir que a relação mudou. O mais importante é manter o diálogo, o carinho e o apoio mútuo.
Em alguns casos, o acompanhamento psicológico pode ajudar a lidar melhor com a pressão emocional, reforçando o vínculo e a leveza do processo.
Quando procurar orientação médica
Cada organismo reage de forma diferente à estimulação e aos procedimentos. Por isso, a orientação médica individualizada é essencial.
Procure seu especialista se houver:
- Dor pélvica persistente após as relações;
- Sangramento fora do esperado;
- Desconforto abdominal acentuado;
- Dúvidas sobre o momento seguro para retomar o contato sexual.
A comunicação aberta com a equipe médica é uma das melhores formas de garantir tranquilidade e segurança durante a FIV.
Fertilidade é também conexão
A fertilização in vitro é uma jornada que une ciência e emoção. Durante o tratamento, é natural que o foco esteja nos exames e resultados, mas a relação do casal continua sendo uma fonte de força e equilíbrio.
Respeitar o corpo, o tempo e o espaço do outro é uma forma de cuidado que fortalece o vínculo e contribui para uma vivência mais saudável do processo.
Na Procriar, cada etapa da FIV é acompanhada de perto por uma equipe experiente e acolhedora, que orienta o casal sobre todos os cuidados, inclusive sobre a vida sexual e o bem-estar emocional. Agende sua consulta de planejamento reprodutivo e descubra como viver o tratamento com segurança, tranquilidade e informação!

